Na conferência «Globalização e Segurança», um dos directores-adjuntos da Polícia Judiciária falou no risco de determinadas actividades, aparentemente legítimas e credíveis, estarem a encobrir grupos terroristas. Contudo, o responsável policial minimizou a ameaça.
Portugal poderá estar a ser utilizado para actividades de apoio ao terrorismo internacional “a coberto de outras actividades legítimas e credíveis”. A suspeita foi revelada por um director-adjunto da Polícia Judiciária, que admitiu que estas actividades desenvolvidas por algumas organizações não-governamentais de “matriz islâmica” estão “referenciadas internacionalmente como passíveis de actividades de cobertura de activistas mais radicais”. Teófilo Santiago, responsável da Direcção Central de Combate ao Banditismo (DCCB), falava ontem durante a conferência «Globalização e Segurança», organizada pela associação sindical da PJ e a câmara local e que decorreu
em Portimão. “A ameaça extremista islâmica não será tão relevante em Portugal, porquanto a comunidade islâmica residente no País, os seus crentes, relações económicas e sociais entre Portugal e o mundo islâmico estão longe de constituir um factor problemático”, realçou o responsável policial.
Teófilo Santiago disse que a ameaça “mais credível” que pende sobre Portugal, de acordo com as informações recolhidas pelas forças e serviços de segurança, “pauta-se por actividade de baixa intensidade ocasionalmente ligadas directa ou indirectamente a redes de terrorismo”. Como exemplos apontou a falsificação e contrafacção de documentos de identidade e cartões de crédito, auxílio à imigração ilegal no espaço da União Europeia através de casamentos de oportunidade, fraude em telecomunicações e actividades relativas ao micro-financiamento.
O modelo de combate ao terrorismo em Portugal, segundo o director da DCCB, “apresenta virtualidades ímpares”, assegurando simultaneamente coerência funcional/operacional e respeito pelos direitos, liberdades e garantias individuais”. Teófilo Santiago acrescentou ainda que se realizam semanalmente reuniões entre o Serviço de Informações de Segurança (SIS) e a Polícia Judiciária porque, segundo disse, “é mais eficaz vigiar do que punir”, revelando ainda que a Direcção Central de Combate ao Banditismo tem desenvolvido unidades especializadas exclusivamente dedicadas à “recolha, análise e tratamento da informação e à investigação do fenómeno do terrorismo”.
sorce: o primeiro de janeiro
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